Não é que eu sinta ciúmes
De seus tantos outros amores
É que me mim resta à saudade
Em você, sobram as dores

Não é que eu não mais te queira
Por causa de tantas outras amantes
É que em mim resta a duvida
Em você, a descrença constante

Não é que eu já não saiba mais
Como fazer você feliz
É que em você criou-se a barreira
Que um dia eu tanto quis

Não é que eu não confie
Por causa da minha insegurança
È que em mim só resta saudade
E em você não há confiança

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Pra você.


Se pra cada vôo no céu
Há um pássaro planejado
Com que asa voaria
A pipa do meu legado?

Se pra cada formiga na terra
Existe uma certa função
Que força então moldaria
O destino com as próprias mãos?

Se pra cada gota de chuva
Existe um caminho traçado
Que pena feroz traçaria
As linhas do meu passado?

Se até pra ovelha que berra
No campo, há um pastor
Que cajado me guardaria
Do fogo do meu temor?

Se pra cada corpo que anda
Pulsa um coração
Em que ritmo tocaria
O tambor de minha missão?


Se eu não estivesse caminhando
Talvez não entendesse os sinais
E o triangulo se faria estranho
E na cruz não se veria nada mais

Se a disposição não fosse essa
Primeiras três pontas, depois as quatro
Talvez fosse mais simples
Seu já não conhecesse o prato

Mas essa estrada eu já conheço
Perdido em caminhos esmeraldas
Se sobre essa placa estivessem segredos
Escondidos pelas fadas

O sol não mais raiaria
E o dia não seria louvado
Então por essa estrada eu vou seguindo
Buscando o amanhecer dourado

Tem os quatro elementos
E o quinto é de fato
A balança do ser humano
Que se sobressai sobre o quarto


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O post anterior, foi apenas uma coincidencia se visto em relação as coisas que tem acontecido atualmente. Já esse, bem, não é tão coincidencia assim.


Abraços


Fala, fala, me da tua voz
Dentro da casca de uma noz
Fala, fala de mansinho
No piar do passarinho

Fala, fala, de uma vez
Vende a língua a um freguês
Vem falando rapidinho
Como o som de um carinho

Fala logo, por favor,
Ou escreva como for!
Se tua voz é tão bonita
Deveria sim, ser dita

Só não deixe de falar
Se o silencio perturbar
Mande ele lá pra onde
A vergonha se esconde

Saia do meu chapéu
Idéia mal pensada
Pois no breu de minha cartola
Tu se manténs alimentada

Dentro desse buraco
Existe apenas escuro
Mais para um pensamento
Qualquer vazio é seguro

Saia logo daí
Não vestirei a cabeça
Que dessa má idéia
Minha cabeça se esqueça

Saia do meu chapéu
A freqüência forasteira
O que me deixa preocupado
É que no escuro faça uma besteira

Saia agora mesmo
Se possível por onde entrou
Ai dentro só cabe as idéias
De alguém que a viver só se habituou

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Iria postar outra poesia, mas essa veio vomitada pelos dedos e pela lapizeira.


bjo


O Tigre - Tradução de Augusto de Campos

Tigre! Tigre! Brilho, brasa
Que a furna noturna abrasa,
Que olho ou mão armaria
Tua feroz simetria?

Em que céu se foi forjar
O fogo do teu olhar?
Em que asas veio a chama?
Que mão colheu esta flama?

Que força fez retorcer
Em nervos todos o teu ser?
E o som do teu coração
De aço, que cor, que ação?

Teu cérebro, quem o malha?
Que martelo? Que fornalha
O moldou? Que mão, que garra
Seu terror mortal amarra

Quando as lanças das estrelas
Cortaram os céus, ao vê-las,
Quem as fez sorriu talvez?
Quem fez a ovelha te fez?

Tigre! Tigre! Brilho, brasa
Que a furna noturna abrasa,
Que olho ou mão armaria
Tua feroz simetria?

(Autor: Willian Blake)
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Queria EU ter escrito esse poema

Espero conseguir inspiração pra escrever ESSE tipo de coisa

Hoje acordei com sua falta
Faltava alguém na cama
Uma marca no travesseiro
Um volume no lençol
Hoje era pra ser como ontem
Faltava seu cheiro no pano
Faltava um rosto dormindo
Um calor mais humano
Hoje faltava seu pé frio
O seu café da manhã
Ficou esfriando intocado
Do outro lado da mesa
Hoje me faltou seu sorriso
O seu bocejo, seu espreguiçar
Faltava seu corpo a se esticar
Hoje minha manhã foi vazia
Meu dia passou devagar
Meio-dia, meia-noite, o relógio na parede
Faltava seu abraço de manhã
O carinho com a ponta dos dedos
Hoje havia um vazio na cama
O corpo, o volume, o espaço
Hoje havia um nada, um silencio casto
Hoje havia apenas um, um eu
O que havia hoje era a falta
A solidão posta em pauta
Hoje
havia a lembrança
De sua presença deixada como herança
Hoje, faltava você

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Re-escrevi esse poema hoje.