Fala, fala, me da tua voz
Dentro da casca de uma noz
Fala, fala de mansinho
No piar do passarinho

Fala, fala, de uma vez
Vende a língua a um freguês
Vem falando rapidinho
Como o som de um carinho

Fala logo, por favor,
Ou escreva como for!
Se tua voz é tão bonita
Deveria sim, ser dita

Só não deixe de falar
Se o silencio perturbar
Mande ele lá pra onde
A vergonha se esconde

Saia do meu chapéu
Idéia mal pensada
Pois no breu de minha cartola
Tu se manténs alimentada

Dentro desse buraco
Existe apenas escuro
Mais para um pensamento
Qualquer vazio é seguro

Saia logo daí
Não vestirei a cabeça
Que dessa má idéia
Minha cabeça se esqueça

Saia do meu chapéu
A freqüência forasteira
O que me deixa preocupado
É que no escuro faça uma besteira

Saia agora mesmo
Se possível por onde entrou
Ai dentro só cabe as idéias
De alguém que a viver só se habituou

-----------------------

Iria postar outra poesia, mas essa veio vomitada pelos dedos e pela lapizeira.


bjo


O Tigre - Tradução de Augusto de Campos

Tigre! Tigre! Brilho, brasa
Que a furna noturna abrasa,
Que olho ou mão armaria
Tua feroz simetria?

Em que céu se foi forjar
O fogo do teu olhar?
Em que asas veio a chama?
Que mão colheu esta flama?

Que força fez retorcer
Em nervos todos o teu ser?
E o som do teu coração
De aço, que cor, que ação?

Teu cérebro, quem o malha?
Que martelo? Que fornalha
O moldou? Que mão, que garra
Seu terror mortal amarra

Quando as lanças das estrelas
Cortaram os céus, ao vê-las,
Quem as fez sorriu talvez?
Quem fez a ovelha te fez?

Tigre! Tigre! Brilho, brasa
Que a furna noturna abrasa,
Que olho ou mão armaria
Tua feroz simetria?

(Autor: Willian Blake)
------------------------------

Queria EU ter escrito esse poema

Espero conseguir inspiração pra escrever ESSE tipo de coisa

Hoje acordei com sua falta
Faltava alguém na cama
Uma marca no travesseiro
Um volume no lençol
Hoje era pra ser como ontem
Faltava seu cheiro no pano
Faltava um rosto dormindo
Um calor mais humano
Hoje faltava seu pé frio
O seu café da manhã
Ficou esfriando intocado
Do outro lado da mesa
Hoje me faltou seu sorriso
O seu bocejo, seu espreguiçar
Faltava seu corpo a se esticar
Hoje minha manhã foi vazia
Meu dia passou devagar
Meio-dia, meia-noite, o relógio na parede
Faltava seu abraço de manhã
O carinho com a ponta dos dedos
Hoje havia um vazio na cama
O corpo, o volume, o espaço
Hoje havia um nada, um silencio casto
Hoje havia apenas um, um eu
O que havia hoje era a falta
A solidão posta em pauta
Hoje
havia a lembrança
De sua presença deixada como herança
Hoje, faltava você

-------------------

Re-escrevi esse poema hoje.


MOTIVOS

Se fosse uma dor alucinante
Um desconforto arrepiante
Que me impedisse de te entender

Talvez me acostumasse
Se essa dor me arrepiasse
Se eu sonha-se em te ter

Mas não é mais assim
É um amor de mesmo fim
Que vou ter de compreender

Pois eu nunca poderia
Com esse amor que contraria
Te possuir, te prender

E sem tua presença
Não se tem mais diferença
Acordar ou adormecer

E sem o seu sorriso
Lamuriante fez-se o riso
De um palhaço a entristecer

Pois só nos seus braços saberia
Quando já findou o dia
E me pus a anoitecer

E sem eles já não faz sentido
Falar ou ser ouvido
Se eu sussurro pra outro ser

Pois longe de seus abraços
Fizeram-se tristes os meus laços
Que trancei só pra você

-------------------------------------------------------

O titulo do Post é o nome do evento aonde esse poema foi recitado.
Para a felicidade de todos.

Abraços


Poemas escritos em puro tom de ameça
A palavra escrita e não pronunciada
A mesma palavra levara a desgraça
Dos que tentarem um mal contra a pessoa citada

----

Até mais
bjo


Café
Frivulidades dentro da noite
Lençóis de branco algodão
E a insônia que tortura o colchão
Com o corpo preso ao açoite

Café
Noite de poemas sem inspiração
Da dor de cabeça esquecida
Remoída, dilacerada, renascida
Por meio de dias sem paixão

Café
Ressaca que mata a vida
Que já vive de pernoite
E tem o sol ao raiar da meia-noite
Ao tintilar de estrelas do novo dia

Mais café
Que me deixa no limite
Da vida, da reclusão
Ao escrever dessa forma então
E me deixar se levar pelo grafite

--------------------------------------

poesia que eu escrevi a muito tempo e que depois re-escrevi pra uma amiga minha
desculpem os erros de portugues, caso tenha algum...
é culpa da desortografia.

até